terça-feira, 28 de junho de 2011

Suave e essencial, meu menino, tenho poucas e importantes coisas a lhe falar. Espero que tenha sentido o meu beijo de bom dia, pois foi o segundo pensamento que tive antes de abrir os olhos - e não convém contar o primeiro. Bem, por aqui faz frio manso e suportável, o sol fraco dá conta de espantar meu peso dos ombros e não há muitos móveis em preto e branco, sabe? Hoje tenho vontade de lhe prometer que dançarei, dançarei todos os dias enquanto lembrar do seu riso incontido e do seu canto sofrido. Eu dançarei, mesmo que me roubem os aparelhos de som, pois ninguém pode roubar a memória de sua voz. E assim, tão sem roupa inapropriada, não me importarei com quem passar pela janela de casa e me avistar bailando sozinha no silêncio. Ninguém sabe nada sobre mim, meu menino. É, não se espante, mesmo gritando tanto, pintando, cantando, chorando ou sorrindo, eles não sabem nada sobre mim, ou sobre você, ou sobre qualquer outra pessoa. Reconforta um pouco, não? Por isso dançarei, como danço agora, criando passarinhos e rosas em minha mente. A manhã que faz lá fora entra pelas brechas e inunda a casa de luz. Deste mesmo jeito estou eu, meu menino, inundada. E é deste jeito que eu desejo que você esteja, ao longe, inundado de luz e dança, e pássaros e rosas, sem espinho, só flor. (Zaluzejos) 
Suave e essencial, meu menino, tenho poucas e importantes coisas a lhe falar. Espero que tenha sentido o meu beijo de bom dia, pois foi o segundo pensamento que tive antes de abrir os olhos - e não convém contar o primeiro. Bem, por aqui faz frio manso e suportável, o sol fraco dá conta de espantar meu peso dos ombros e não há muitos móveis em preto e branco, sabe? Hoje tenho vontade de lhe prometer que dançarei, dançarei todos os dias enquanto lembrar do seu riso incontido e do seu canto sofrido. Eu dançarei, mesmo que me roubem os aparelhos de som, pois ninguém pode roubar a memória de sua voz. E assim, tão sem roupa inapropriada, não me importarei com quem passar pela janela de casa e me avistar bailando sozinha no silêncio. Ninguém sabe nada sobre mim, meu menino. É, não se espante, mesmo gritando tanto, pintando, cantando, chorando ou sorrindo, eles não sabem nada sobre mim, ou sobre você, ou sobre qualquer outra pessoa. Reconforta um pouco, não? Por isso dançarei, como danço agora, criando passarinhos e rosas em minha mente. A manhã que faz lá fora entra pelas brechas e inunda a casa de luz. Deste mesmo jeito estou eu, meu menino, inundada. E é deste jeito que eu desejo que você esteja, ao longe, inundado de luz e dança, e pássaros e rosas, sem espinho, só flor.         Patrícia Havenny

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